Vale a pena fazer faculdade?
É bastante comum vermos quem está começando na área de programação perguntar isso, ou ainda quem já está na faculdade se tudo aquilo que é estudado alí é realmente útil. Eu mesmo me fiz essa pergunta e a resposta é bastante simples: depende.
Calma! Solte as pedras e deixe-me explicar um pouco essa minha resposta. Iluminura medieval presente no manuscrito Rothschild Canticles
Para conseguir explicar, primeiro devemos ter em mente que a faculdade sempre foi um lugar onde os conhecimentos superiores estão concentrados. Então seria razoável de imaginar que passar por uma faculdade significaria uma superioridade intelectual. Daí podemos compreender que não é estranho alguém achar que fazer faculdade seja essencial e que algumas vagas peçam isso. Mas não sejamos ingênuos, nem sempre quem faz faculdade possui realmente essa superioridade ou o trabalho necessite dos conhecimentos alí repassados (nem sempre o são também, mas não tenho intenção de criticar nada aqui). Outra coisa é que muitos (se não todos) dos conhecimentos que podemos adquirir num curso superior estão disponíveis fora dela: seja em livros, cursos, na internet, colegas de trabalho, amigos etc. Então talvez alguns (com razão) possam discordar da necessidade de se fazer uma faculdade. Por isso, acho que a discussão sobre isso deva estar em outra esfera que não a da necessidade: a do propósito.
Somos humanos e todos temos, a menos que você esteja sem rumo na vida, algum propósito com as nossas ações: temos fome e portanto trabalhamos para conseguir o necessário para comer; Desejamos alguma experiência e portanto agimos para conseguir satisfazer esse desejo etc. Alguns possuem um propósito de trabalhar para empresas no exterior, outros possuem um propósito de construir produtos e vendê-los, outros ainda possuem um propósito de passar em um concurso público. Seja qual for esse propósito, fazer faculdade deve estar alinhado com ele. Então retomo aqui minha resposta: fazer faculdade vale a pena? Depende. De quê? Do seu propósito.
Uma contra-argumentação possível é a de que mesmo tendo um propósito alinhado com a não necessidade de fazer faculdade, ser exigido um curso superior. Nesse caso, temos que considerar outra questão: aquilo que você quer está verdadeiramente alinhado com essa não necessidade? Dito de outro modo, há algum tipo de defasagem na consideração de um curso superior para o resultado desejado? Nesse caso nós caímos numa dificuldade que vai além de nós e cabe a nós provar que esse pensamento está defasado ou buscar outra coisa, ou ainda aceitar e se adequar. Se um emprego nos diz que precisamos ter um curso superior, é possível que provemos ser mais conhecedores de uma determinada tecnologia e mais hábeis do que aqueles que fizeram um curso superior (já vi acontecendo) e daí conseguimos demontrar que não há essa necessidade. Talvez mesmo demostrando isso, o empregador siquer considere sua demonstração e exija ainda assim. Nesse caso podemos ignorar aquela oportunidade, afinal nem toda oportunidade deve ser aceita, e partir para outro lugar que não exija. Mas se aquela oportunidade é tão importante que não podemos deixar passar, então que se faça faculdade e consiga essa oportunidade (isso se for possível esperar finalizar para conseguir).
Seja como for, esse é apenas um texto de opinião elaborando as possibilidades, sem tomar muito partido e aceitando as considerações possíveis à questão. No final, só posso dizer que a escolha (do lado que você está nessa questão ou de fazer ou não uma) será sempre sua, leitor. Acho que vale aqui uma consideração final. Essa escolha, no fundo, não vai te fazer melhor ou pior, mais rico ou mais pobre, mais capaz ou incapaz. Ela tem realmente bem pouco peso no final das contas. Claro que é uma escolha que pode abrir ou fechar portas, mas a vida é tão repleta de escolhas assim que faz essa questão ter um peso muito menor do que normalmente apontam.
Agradeço a quem leu até aqui e peço que compartilhe-o com quem você achar que precise ler isto. Seja para concordar, discordar, se encontrar ou talvez se perder mais ainda (faz parte).